Abdome agudo
Importância
Diagnosticar alguém com abdome agudo pode parecer supérfluo. Os diagnósticos específicos são mais precisos em estabelecer prognósticos e tratamentos. Mas se pensarmos o diagnóstico no pronto-socorro como um processo, centralizar nossos esforços em encontrar uma causa para o abdome agudo do paciente é mais eficiente que tentarmos encaixar o quadro clínico em um espectro de possibilidades maior. Por exemplo a febre interpretada no contexto de um abdome agudo terá um significado diferente de quando vista sob o espectro de uma tosse produtiva.
Classificação
Após a definição de que a causa dos sintomas do paciente é um abdome agudo. Podemos ser mais específicos e sub-classificar este diagnóstico em quatro grandes grupos que podem se sobrepor.
- inflamatório
- obstrutivo
- alto
- baixo
- perfurativo
- vascular
Na criança esta classificação guarda o mesmo significado que no adulto no entanto representam doenças diferentes. Especialmente quando observamos as causas de abdome agudo obstrutivo.

Essas subdivisões não contém quadros clínicos estáticos. Ou seja, um processo obstrutivo pode levar a perfuração e inflamação; podendo ainda coexistirem. Nas crianças os tipos perfurativo e vascular ocorrem mais raramente e em situações específicas associadas geralmente a mal formações cardíacas, do trato gastrintestinal ou com a prematuridade e baixo peso.

Quadro clínico
A dor é o principal discriminante dos subtipos de abdome agudo. Clinicamente podemos caracteriza-la em 2 tipos: dor somática e visceral ou em cólica. A dor visceral ocorre quando temos distensão, torção ou estiramento das fibras musculares lisas. Como exemplo temos a cólica, biliar, nefrética, uterina, intestinal. Esses estímulos são transmitidos através do sistema nervoso autônomo que por sua vez é adaptado a percepção e controle de estímulos sensoriais responsáveis pela manutenção das nossas funções automáticas.