Estenose hipertrófica de piloro
Definição
A estenose hipertrófica do piloro (EHP) o espessamento da camada muscular do piloro levando a sua obstrução e acarretando abdome agudo obstrutivo alto.
Epidemiologia
A EHP é a causa mais comum de obstrução da via de saída do estômago na infância.
- incidência de 1,5 a 4,0 por 1000 nascidos vivos em caucasianos
- menos frequente em asiáticos e descendentes africanos.
- mais comum em meninos numa proporção de 4:1.
- relatos sugerem ser mais comum em primogênitos
Etiologia
A etiologia da estenose hipertrófica de piloro na infância ainda é desconhecida. Vários estudos mostram múltiplas hipóteses que levam a alterações estruturais nas células da musculatura pilórica. Essas alterações ocorrem em fatores de crescimento, peptídeos gastrointestinais (gastrina, substância P, TGF-α, fator de crescimento epidérmico, somatostatina, secretina, enteroglucagon, etc.), neurotrofinas e na óxido nítrico sintetase. Essas substâncias levam por diferentes caminhos ao
- não relaxamento das fibras musculares pilóricas,
- a alterações na transmissão nervosa e desenvolvimento de neurônios que se comunicam com as células musculares lisas, e
- na hipertrofia das fibras musculares pilóricas.
Quadro clínico
A história é de vômitos precoces após as mamadas que se iniciam de 2 a 8 semanas após o nascimento com pico entre a terceira e quinta semana.
O vômito, irritabilidade, recusa alimentar e febre são sintomas muito comuns no período neonatal e estão presentes numa grande quantidade de doenças. É importante lembrar que o paciente com EHP não está infectado e salvo outras doenças concomitantes o achado de febre é incomum. Quadros infecciosos que cursam com vômitos como a infecção do trato urinário levam também a recusa alimentar do paciente o que não ocorre com a EHP onde o bebê se encontra faminto mesmo após vomitar.
No exame físico do paciente que se encontra vomitando por um tempo prolongado devido a dificuldade em diferenciar o quadro do refluxo gastro-esofágico podemos encontrar sinais de desidratação e [[ distúrbios ácido-básicos ]]. No exame específico para a EHP deve-se palpar o abdome no hipocôndrio direito a procura de uma oliva pilórica
Tratamento

O estômago do paciente precisa ser descomprimido com sonda nasogástrica para prevenir aspiração de conteúdo gástrico para o pulmão e para quantificar e repor as perdas. Hemograma, elétrolitos e gasometria também podem ser solicitadas com intuito de estabilizar o paciente antes do tratamento cirúrgico.
O tratamento círúrgico é a piloromiotomia (cirurgia de Ramstedt-Fredet). É realizada uma incisão na musculatura do piloro com cuidado de não aprofundá-la até a mucosa mantendo-a integra.